Via: O Cachimbo de Magritte
As proposições que se seguem são uma lista avulsa de algumas das «posições» que são muito comuns aos entes de esquerda à entrada da segunda década do século XXI. Não precisa de as subscrever todas; mesmo porque, verá, se subscrever uma multiplazinha (duas seguidas, por exemplo), é muito provável que subscreva uma grande quantidade, talvez mesmo a maioria, senão a totalidade. Isto não é um sistema, como disse, mas tem um pouco a estrutura do cacho: puxa uma e caem várias. A partir da segunda pode estar quase certo e comunicar ao seu ente mais querido: «sou um ente (estou a evitar a armadilha do género) de esquerda».
- Diabolizo os mercados financeiros;
- Advogo um Estado que vive estruturalmente da emissão de dívida;
- Sou contra a discriminação dos gays;
- Flirto com o islamismo (que criminaliza os de cima);
- Sou absolutamente relativista;
- Julgo que a cultura europeia é irremediavelmente branca, falocêntrica e, portanto, racista, sexista (não sobrevive à desconstrução);
- Sou feminista sem concessões;
- Defendo a burka e o niqab;
- Tenho uma visão da história completamente a-histórica: o pecado irremissível do homem branco, para resumir;
- Considero que o comunismo cometeu alguns excessos, mas é preciso contextualizá-los (no fundo, sou um comunista hormonal);
- Tenho pavor a qualquer veleidade de existência pública de vida religiosa;
- Oponho-me a qualquer limitação da prática do islamismo (islamofobia!);
- Sou pela autodeterminação dos povos;
- Oponho-me (mesmo que muitas vezes evite dizê-lo, é uma questão táctica...) à existência de Israel (os judeus nunca existiram e, portanto, não têm nada que se autodeterminar);
- Sou, em geral, pacifista;
- Compreendo o terrorismo (é preciso estudar as suas causas profundas);
- Converti-me à democracia (liberal? Burguesa?), mas sem exageros;
- Chavez, Morales, Lula e as suas amizades com torcionários são tudo casos que se «compreendem» muito bem;
- Gosto de Obama; de Paul Krugman (é um bloguer fantástico!), de Stieglitz (alternativamente: de Michael Moore, Noam Chomsky e outros génios assim);
- Só a menção da palavra «América» dá-me brotoeja;
E, por fim,- Sou a favor da liberalização das drogas;- Oponho-me ao sal no pão, às bolas de Berlim na praia, à ginginha no Rossio, e outras javardices populares do género.
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