
Não enganas quem te anda a fitar desde que começaste essa tua prosa de pretensão profética. Esta a mais baixa das criaturas e quanto mais circundas o poder com ânsia de reconhecimento mais se patenteia na tua expressão, a hipocrisia que soava suportável noutro tempo. Num tempo em que o tempo não corria atrás de ti, exigindo-te a resposta e a posição pela qual extrangulas agora a tua própria alma. A tua alma que identificas e elogias, com a qual enches as frases, essa alma está a ter um preço, um baixo preço. Nunca pensaste que pisar os que te faziam frente fosse o caminho para te vergares em vez de subires, fazendo deles um degrau. A vergonha não te chega a lavar a face, desprezível face que aparenta calma no julgamento à inteligência alheia. A confusão pela tua estreiteza moral, pela tua moralidade estreita mas afiada e arrogante. É repugnante lembrar, reparar, entender-te, interpretar o teu calculismo tão malévolo, a tua desonestidade na presença de em círculos de escárnio. Humilhaste os teus para exibires uma humanidade que nunca hás-de almejar. Cuspiste no Ser que te vanglorias de conhecer e respeitar. Hoje és a imagem do desespero de ideias, da ânsia de reconhecimento, da reviravolta abrupta. Emites frases que te ficam tão mal como artificiais, imitando mal e porcamente os que zombaste. Nunca irás reconhecer a triste figura que fizeste pois custa tanto dar a razão e admitir a fraqueza dos nossos fanatismos isentos de base sustentável mas tão efusivamente apunhalados nos outros. O que dizes agora não autêntico porque nunca foste também no passado, jamais tiveste autenticidade, só forjada e ousando acusar os outros da miséria de carácter em que em ti próprio conhecias. Ainda assim o perdão e indiferença dos que te entendem e minimizam é o que mais te pode envergonhar e isso basta-me para não me enojar mais.
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