A noção da finidade do tempo é o único incentivo à acção. Só isso explica que consiga rentabilizar melhor 1 hora e 30 minutos, rigorosamente cronometrados com fim à vista, numa viagem de comboio, do que num fim-de-semana inteiro que serve de dispensa reservada às impossibilidades semanais mas afinal sucumbe numa maré de desperdício.
Neste caso, em vez de estar no comboio a pensar "que bom vai ser um fim-de-semana para adiantar tanto do planeado e adiado", será antes um longo fim-de-semana de intermitências com peso na consciência e a encontrar alívio no pensamento: "que jeito vai dar a próxima viagem de comboio para compensar estes dias parvos que interrompem-me sempre no pico da produtividade".
Os fins-de-semana sem viagem de comboio são ainda piores. Não há metas nem redenção possível.
Sem comentários:
Enviar um comentário