Num acordar demorado e descomprometido, ergueu-se hesitante nas horas e arrastou-se no pijama num pequeno-almoço sem pressas. O bocejo da satisfação matinal é interrompido pelos ecos da memória que tratam de tornear mais um dia de alusões íntimas e vãs. As janelas parecem hoje mais baças do que nunca como num incentivo gélido que confunde o impulso movido de necessidade certa com um racionamento de forças repleto de medo e cobardia. Mais uma repetida sucessão de imagens inscritas na mente reclamam num apelo ensurdecedor ao corpo para que vá à varanda.
Um arrepio e sente o banco de baloiço onde se senta sob o átrio e, ainda assim, protegido. Passaram-se meses desde que não se sentava no banco de baloiço…A manhã estava mais fria que nunca e pensava suficientemente corajoso sair à rua, chegando-se somente até ao átrio. Uma vez no átrio, depressa se fartou da compensação de sentir a lufada renovada nos pulmões e fitou a vedação amuralhada, a escassos metros, que lhe circunscrevia a propriedade. A passos largos viu-se já chegado ao muro, e procurou debruçar-se nesse limite que erguera no passado para sua segurança, fortificação que permaneceu inamovível no curso do tempo e que fixou a sua área de desempenho disponível.
Abraçado ao muro, conheceu a vastidão em volta em ainda em pijama, mirados os campos em redor, o rio por explorar, as árvores tornadas voluptuosas, a montanha por escalar, o aglomerado habitacional que despertara ali bem perto e, ainda em pijama, sacudiu as mangas já vencido pelo muro, baixou-se para arrancar umas poucas ervas em volta, apertou com afinco o cinto do robe e voltou para casa. O banco de baloiço continuaria a servir o propósito de que não se apercebera ainda. Entreter o tempo, confortar um espaço de inércia com a impressão de movimento. Esperança é a insistência em esperar, a condição teimosa dos que esperam. Esperam num fundo de equívoco bem engendrado e fechado, culpando terceiros por não invadirem a sua propriedade, essa propriedade jamais revelada.
Abraçado ao muro, conheceu a vastidão em volta em ainda em pijama, mirados os campos em redor, o rio por explorar, as árvores tornadas voluptuosas, a montanha por escalar, o aglomerado habitacional que despertara ali bem perto e, ainda em pijama, sacudiu as mangas já vencido pelo muro, baixou-se para arrancar umas poucas ervas em volta, apertou com afinco o cinto do robe e voltou para casa. O banco de baloiço continuaria a servir o propósito de que não se apercebera ainda. Entreter o tempo, confortar um espaço de inércia com a impressão de movimento. Esperança é a insistência em esperar, a condição teimosa dos que esperam. Esperam num fundo de equívoco bem engendrado e fechado, culpando terceiros por não invadirem a sua propriedade, essa propriedade jamais revelada.
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