sábado, 31 de julho de 2010

Luna (Only You) - Alessandro Safina



Luna, tu
Che conosci il tempo dell'eternità
E il sentiero stretto della verità
Fa più luce dentro questo Cuore mio
Questo cuore d’uomo che non sa, non sa

Che l’amore puo nascondere il dolore
Come un fuoco ti può bruciare l’anima

terça-feira, 27 de julho de 2010

Só de Passagem



Enquanto ele falava no que viria a ser feito, um dia, vagamente confiante na palavra dada, ia dando azo à perpétua planificação dos sonhos vagos e descomprometidos. Faltava-lhe cálculo e discernimento, não lhe faltava fantasia nem efemeridade de compromissos para com a sua própria consciência.

E dizia-o a todos em conversas de preâmbulo à vida activa, porque todos diziam alguma coisa que desse género. Ou não necessariamente desse género mas mais exuberante porque não é poupada a imaginação na hora de impressionar semelhantes ou de compensar fracassos ou mediocridade discreta no presente.

Mas atenção. Aquilo a que se poderiam chamar colóquios do engano não devem encara-se como tal numa abordagem purista desonesta de julgamento rápido ao próximo como sendo ele um ser ingénuo ou vaidoso que se vangloria com o que nunca há-de fazer ou com o que faz que não calhou a outros fazer, por acaso da vida. São casos que inflamam quando observados mas que se banalizam nas personagens que cada assume na sua odisseia pessoal.

Porque como tantos, também ele fez tudo e deixou tudo por fazer nunca pensando na fatal trégua à sua fronte, não temia o tempo, não atendia ao vento nem ao intento. O tempo de espera entre os sons do apogeu dos seus mais próximos, do deflagrar da vaidade e das gargalhadas dos que tudo mostram porque nada têm. E nos dias que não têm fim e que delapidam o espírito pela noção de insuficiência, ele está agora, sentado, vítima da demora e do tédio, da época passada das aventuras e da já esgotada oportunidade de embarque.

Outros mais tímidos já o tinham subjugado e desmereciam agora do pouco que ele tinha reunido. Pior do que ser insensato medidor de sonhos, é sucumbir na cilada da normalidade institucionalizada e do jogo ingrato das aparências. Esqueceu de ser insubmisso e perdeu-se em honra da sistematização dos gostos e das emoções. Compartimentou-se na acção e esqueceu de ser ele, por cada sopro de vida que lhe foi confiado. Tardavam as vontades e a insatisfação que move o empreendimento íntimo, esgotava-se a margem de erro, as alternativas inesgotáveis que não oferecem mais redenção. E mente, mente agora por orgulho...declara nunca ter desejado semelhante coisa que os outros, lembram, ele outrora ter idealizado em devaneios conjuntos que a vida dissociou por obra de alguns.

Frase do dia

izzy marie diz:
*uaaau 3 pessoas, grande movimento xD

Daniela:
"ao princípio Cristo só tinha 11 seguidores. O Portugal actual é a Roma conspurcada pelo Partido Socialista e pelo Partido Social Democrata"

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Charlotte Martin - Wild Horses

I watched you suffer a dull aching pain
Now you decided to show me the same
No sweeping exits or offstage lines
Can make me feel bitter or treat you unkind
Wild Horses couldn't drag me away
Wild, wild horses, couldn't drag me away


Hierarquia constitucionalmente fundada

Não devemos ficar surpreendidos por os portugueses serem socialistas. Os portugueses adaptaram-se a uma sociedade socialista e politizada em que o que conta é o poder. Os portugueses estão habituados a relações hierárquicas. Relações verticais com os superiores e os inferiores em vez de relações horizontais com os seus pares.
(...)
Regras constitucionais como o “tendenciamente gratuito” e a obrigação do Estado de manter uma rede pública de saúde servem para manter coesa a coligação de interesses que sustenta o socialismo. Estas regras politizam a sociedade, criam incentivos ao status quo, dificultam a vida aos dissidentes que poderiam existir dentro do próprio sistema público. A esquerda percebe isto muito bem. Eles são contra qualquer alteração destas regras, mesmo que se continue a garantir as necessidades dos mais desfavorecidos doutra forma, porque sabem que elas dificultam a liberdade de escolha e o opting out. O maior inimigo do socialismo em Portugal é o opting out. Com opting out o sistema público desfaz-se.

A eliminação das regras constitucionais que suportam o actual sistema público abre um conjunto de possibilidade que poderão desestabilizá-lo: concorrência entre instituições públicas e entre estas e as privadas, spin off de instituições públicas, salários diferenciados no sector público, mais atenção às necessidades dos clientes e menos atenção aos desejos da hierarquia.


João Miranda, Blasfémias

quarta-feira, 21 de julho de 2010

The law perverted!


Enquanto pensamos nas propostas de alteração à Constituição actual da Partidocracia Portuguesa(tão pouco programática), podem recordar-se ideias, já distantes e descomprometidas, de Bastiat.

How to Identify Legal Plunder
But how is this legal plunder to be identified? Quite simply.
See if the law takes from some persons what belongs to them, and gives it to other persons to whom it does not belong. See if the law benefits one citizen at the expense of another by doing what the citizen himself cannot do without committing a crime. Then abolish this law without delay, for it is not only an evil itself, but also it is a fertile source for further evils because it invites reprisals. If such a law—which may be an isolated case— is not abolished immediately, it will spread, multiply, and develop into a system. The person who profits from this law will complain bitterly, defending his acquired rights. He will claim that the state is
obligated to protect and encourage his particular industry; that this procedure enriches the state because the protected industry is thus able to spend more and to pay higher wages to the poor workingmen.
Do not listen to this sophistry by vested interests. The acceptance of these arguments will build legal plunder into a whole system. In fact, this has already occurred. The presentday delusion is an attempt to enrich everyone at the expense of
everyone else; to make plunder universal under the pretense of organizing it.


Legal Plunder Has Many NamesNow, legal plunder can be committed in an infinite number of ways. Thus we have an infinite number of plans for organizing it: tariffs, protection, benefits, subsidies, encouragements, progressive taxation, public schools, guaranteed jobs, guaranteed profits, minimum wages, a right to relief, a right to the tools of labor, free credit, and so on, and so on. All these plans as a whole—with their common aim of legal plunder—constitute socialism.

Now, since under this definition socialism is a body of doctrine, what attack can be made against it other than a war of doctrine? If you find this socialistic doctrine to be false, absurd, and evil, then refute it. And the more false, the more absurd, and the more evil it is, the easier it will be to refute. Above all, if you wish
to be strong, begin by rooting out every particle of socialism that may have crept into your legislation. This will be no light task.


Frédéric BASTIAT, The law, 1950

Na barra cronológica surge disto

Andava a organizar ficheiros no meu PC, relembrando umas mais felizes e outras menos felizes, e lembrei-me de partilhar este excerto interessante de um trabalho que fiz aqui há tempos.
Simples curiosidades com o máximo de isenção e imparcialidade, claro está.

"Em Maio de 1964, o Conselho Nacional Palestiniano aprovou o texto da Carta Nacional Palestiniana é pertinente salientar os seguintes artigos, de modo a compreender melhor as motivações que estão em causa na questão das fronteiras. Na Carta que serviria de base à criação da Organização de Libertação da Palestina, declaravam então:

Art.2º - A Palestina com as suas fronteiras reconhecidas em tempos do mandato britânico, é uma unidade territorial indivisível.
Tal enunciado não parece augurar alternativas que incluam o Estado judaico de forma alguma e, diga-se de passagem, não atenta para a divisão com a Jordânia, já que mandato britânico estendia-se pelo território que actualmente é ocupado por Israel, Palestina e Jordânia.

Art.4º – O povo da Palestina determinará o seu próprio destino quando completar a libertação da sua Pátria, de acordo com os seus próprios desígnios e a sua livre escolha e vontade. Está patenteado aqui o legítimo desejo à auto-determinação e não só; recorde-se que a Pátria palestiniana a libertar abarca também a área na qual se estabeleceu legalmente o Estado hebraico.

Art.18º - Tanto a Declaração Balfour como o mandato britânico, tal como as suas consequências, consideram-se nulos. As pretendidas relações históricas ou espirituais entre os judeus e a Palestina não coincidem com as realidades da História, nem tão pouco com as condições verdadeiras da formação do Estado. O judaísmo é uma religião monoteísta, não é uma nacionalidade com existência independente. Para além disso, os judeus não formam um povo com personalidade independente, porque são cidadãos das nações a que pertencem. Afirmações tão explícitas são incontornáveis. Que a representação dos desígnios palestinianos rejeita literalmente a base legal do Estado de Israel bem como a unidade judaica como uma comunidade coesa e unida por laços de sangue e de partilha de uma mesma matriz religiosa, é um facto manifesto. Neste caso, a dispersão dos judeus por diferentes espaços organizados, por diferentes Estados, é um dado que serve de arma para denunciar uma falsa entidade nacional detentora de direito de soberania.

Art.19º - O sionismo é um movimento colonialista na sua concepção, agressivo e expansionista nos seus objectivos, segregacionista na sua configuração e fascista nos seus métodos e instrumentos. Israel, com a sua capacidade para expandir este movimento destrutivo e enquanto pilar do colonialismo, constitui uma fonte de permanente de tensão para o Médio Oriente em particular e para a comunidade internacional em geral. Por isso, o povo palestiniano necessita de apoio e de solidariedade da comunidade das Nações.
Se há alguma comunidade organizada que tem granjeado amplo apoio e compaixão diante da comunidade internacional e da opinião pública, essa comunidade é a palestiniana. O problema irresoluto dos refugiados palestinianos é verdadeiramente preocupante. Porém, na data da apresentação desta Carta aqui apresentada, os refugiados eram fruto dos conflitos de 1948, conflito esse que foi despoletado pela agressão árabe bem reflectida a delineada num plano de acção contra o Estado recém-proclamado. Em 1964, data da Carta Nacional Palestiniana, antes mesmo da guerra dos Seis Dias que encerrou tantos fracassos e ofensas aos agressores de Israel, teriam o Conselho Nacional Palestiniano motivos plausíveis que fundamentassem a categorização do Estado como agressivo, expansionista, segregacionista e até fascista?

Art.20º - A necessidade de segurança e paz, assim como o Direito e justiça, requerem que todos os Estados considerem o sionismo como um movimento ilegal, que prescrevem a sua existência e que proíbam as suas operações, com o fim de preservar as relações amistosas entre os povos e de salvaguardar a lealdade dos cidadãos para com as respectivas pátrias. Esta tentativa de subestimar e depreciar um movimento legitimado ao longo de décadas, que nunca escondeu os reais propósitos catalisadores, transparece certos resquícios de aversão, por parte da OLP, a qualquer tipo de negociação com esse projecto sionista, instalado numa região em que não é bem-vindo, apesar de declaradamente autorizado e oficializado o retorno a Sião, expressão legal do sonho ancestral. O artigo 20º da Carta Nacional Palestiniana ousa desacreditar o sionismo diante dos Estados, numa manobra insensata de negar ao outro, o direito de existir, de ser reconhecido e de ser um actor nas relações internacionais. A este ponto, nunca chegou Israel em relação às autoridades palestinianas. Desde o início, as populações recém-chegadas e a sociedade que se consolidava, estiveram expostas a condições pouco dignas, tal era a escassez de recursos naturais e a carência de empreendimento humano, expostas a tensões originadas pelo choque entre diferentes populações e sujeitaram-se a acções agressivas que faziam adivinhar, logo na década de 20 e de 30, que sionismo e nacionalismo árabe haviam de polarizar-se e potencializar a desordem.

Com a anterior apresentação de alguns dos artigos que compõem a Carta Nacional Palestiniana não é pretendido denegrir a actuação e os princípios que orientam a OLP e toda a legalidade que acompanha o desenvolvimento de organismos estruturantes para a Palestina, muito menos pactuar com qualquer linha de pensamento alarmista que leve à apologia da defesa inflexível de por parte de Israel face a um inimigo mal intencionado e totalmente anti-sionista. É útil, porém, observar o tom que domina nos excertos da Carta apresentada e perceber que existe um Estado soberano que depara-se com uma pressão árabe ciosa de afirmar o Médio Oriente como espaço homogéneo, inteiramente árabe e fazer valer as suas reivindicações pela completa independência e domínio de todo o território como estava nos planos antes que a Grã-Bretanha se lembrasse apadrinhar os propósitos sionistas. Se Israel deseja de facto uma manutenção eficaz do seu Estado e de fronteiras estáveis e defensíveis, é natural que não fique indiferente às palavras expressas em documentos escritos, como o atrás referido."

domingo, 18 de julho de 2010

Ângulo

Detive-me na ponte, debruçado,
Mas a ponte era falsa - e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar à sua beira...

- Por sobre o que Eu não sou há grandes pontes
Que um outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes -
Um outro que eu não posso acorrentar...


Mário de Sá-Carneiro, Barcelona - setembro 1914

Da terra dos optimistas


A postura que uma pessoa adopta perante as variadas peripécias do dia-a-dia é determinante para os resultados que visa obter e para o próprio decorrer de todas as suas acções. Quando uma acção é feita por vontade própria, com gosto, aptidão, dedicação e consciência de uma vantagem daí decorrente, a actividade será mais “rentável” (chamemos-lhe assim) do que quando a atitude face a ela é já de retracção, rejeição, inadaptação e descrença num bom resultado. Esta evidência já foi compreendida por muitos indivíduos por esse mundo fora e pô-la a render não exigirá porém nenhum caderno de regras obsessivas de conduta optimista. Basta reconhecer a natural tendência para o sucesso (palavra que preferia evitar, já que abunda suficientemente nas prateleiras de pseudo-gestão empresarial, auto-ajuda…)

Há dias em que não suporto ouvir palavras como: “confiança, futuro, esperança, encorajamento, incentivo, estabilidade” pela simples razão de tais palavras, no contexto em que são pronunciadas, patentearem uma espécie de subestimação da consciência/inteligência de cada pessoa que as tem de ouvir em persistência ensurdecedora. É como se eu acreditasse, por exemplo, que um determinado livro me vai acrescentar conhecimento apenas por ficar, dias e dias, a olhar para a capa, excentricamente animada com muita “força de vontade” ou como querer semear arroz no deserto quando já estou farta de saber, à partida, que o arroz precisa de abundância de água e que não é por um tipo me vir dizer que eu tenho que persistir nessa aventura com grande confiança que me vou estagnar nessa idiotice. O que aqui se passa chega a atingir o comportamento paranormal e se não fosse suficientemente assustador eu não reagiria desta forma. Quando alguém assume a gravidade real da situação económica portuguesa, muitos, (e não são poucos) levantam-se para acusar esse alguém de ser pessimista, oportunista, Velho do Restelo, renegando-o e condenando-o à irrelevância enquanto as gentes concordam em uníssono à inevitabilidade. A imagem que tento aqui transcrever é digna daqueles filmes tipicamente cinzentos que nos fazem parar para entender onde chega o comportamento descontrolado de cada um.

A sociedade civil exige cada vez menos, aceita o Nada acreditando que é Tudo e iludido de que é O Mais acertado, enquanto a qualidade e a responsabilidade da classe política vai acompanhando essa mediocridade da sacrossanta democracia a que todo o bom cidadão se sagrou.
Iludidos pela ideia de que alguém muito competente estará na frente de batalha e terá discernimento divino e incontestável, não haverá resignação quando um governo corta na receita a aplicar mas não corta nas despesas da sua própria máquina administrativa e burocrática; quando um governo é incompetente na gestão de dinheiros comunitários que teria de limitar-se a distribuir pelos projectos que lhe apresentam fruto da livre-iniciativa, cortada pela raiz, na maior parte das vezes; quando um governo (ou desgoverno) se perpetua no poder fingindo transpirar e pensar em prol da resolução dos problemas do país e quando as únicas ideias que apresenta são aumentos sucessivos de impostos, esses remendos diários que amputam a pouca capacidade de gerar riqueza, ainda sobrevivente e que deslocam os problemas do ponto A até ao ponto B, sugerindo melhorias temporárias.

Quando sabemos que o nosso país tem um dívida externa que ronda os 500 mil milhões de euros e que as subidas de impostos que sufocam o futuro próximo prometem amealhar uns míseros 400 milhões, aí eu pergunto, o que significa ser optimista? Não, não estamos a crescer, nem vamos crescer tão depressa, ao contrário do que um certo senhor vem afirmar no debate do Estado da Nação, neste mês de Julho. Portugal não tem sido produtivo em bens transaccionáveis e não é pelo caminho que estamos a seguir que vai passar a ser tão cedo, precisamente pelos problemas estruturais que o governo se recusa a conhecer e a corrigir; não faz nem deixa fazer quem ainda reúne valoroso engenho e criatividade humana. Eu disse bens transaccionáveis, sim! Pequenas? Pequenas são as pontes por onde passam todos os dias nos vossos automóveis. Portanto...é fazerem as contas.
Se a desconfiança dos mercados internacionais não anda nos seus dias e relação a Portugal, também não é com ingerências ilegais do Estado a travar negócios entre países da UE que tal credibilidade vai crescer nem com entrevistas superficiais ao Financial Times. O que tenta ser passado como verdade hoje é negado nas práticas do Amanhã e o europeísta de hoje, usa argumentos salazarentos contra esses ultraliberais que se vão conseguindo ver em todo o lado, sempre que os socialistas os conseguem detectar; e vão ver-se Gregos para deixar de os ver.
Ser optimista não é para todos: é para os bem instalados/dependentes da rede clientelar que vai mantendo a água morna e não a deixa entornar; é para os ignorantes que acham que é de bom tom dizer-se optimista e que não se cansam de levar pancada; e é para alguns geneticamente bem intencionados mas mal informados que ainda não tomaram consciência ou preferem ignorar com medo de espreitar, não vá a desgraça exceder as expectativas (Quem não vê é como quem não sente).

Ânsia de poder? Não imagino quem a poderá ter nos próximos anos. Só poderá ser um sujeito muito responsável, munido de coragem e "esperança" e com a certeza de que reúna respostas mais eficazes e profundas do que meras subidas de impostos, único escape que os Indigitados de Poder cá vão encontrando para se livrarem das aflições embaraçosas a que as suas boas intenções socialistas os delegaram. Optimista? Optimista céptica, como cantava O OUTRO.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

acerca de endividamento

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O que nenhum político eleito nas vagas populistas das crises lhes dirá é que todo este endividamento agravado por suas políticas mais recentes terá consequências negativas que poderão durar por décadas. Governos, empresas e consumidores excessivamente endividados terão certamente que mudar de comportamento e lidar com a realidade de que são mais pobres que imaginavam ser até recentemente. O ajustamento à esta nova realidade será provavelmente longo e manterá o crescimento econômico das economias ricas em banho-maria.

Mas as consequências não pararão aí. As economias de países emergentes como a China e o Brasil são altamente dependentes dos excessos consumistas dos governos e do setor privado nos países avançados, e consequentemente da leniência creditícia que neles ainda impera. Na medida em que o ópio do keynesianismo de gibi se esgotar, governos, empresas e consumidores nos países centrais serão forçados a apertar cintos e finalmente ajustar suas expectativas. Neste momento (que ainda não chegou) é que os efeitos mais severos dos ajustes serão sentidos nas economias emergentes.