sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Entre Aspas - O PERFUME

Queria agarrá-lo,

metê-lo no meu frasco,

fechá-lo bem p'ra não fugir... P'ra não fugir... p'ra não fugir...P'ra não fugir... p'ra não fugir...

Howard Roark Defense

Thousands of years ago the first man discovered how to make fire. He was probably burned at the stake he had taught his brothers to light, but he left them a gift they had not conceived of, and he lifted darkness off the earth. Through out the centuries there were men who took first steps down new roads, armed with nothing but their own vision. The great creators, the thinkers, the artists, the scientists, the inventors, stood alone against the men of their time. Every new thought was opposed. Every new invention was denounced. But the men of unborrowed vision went ahead. They fought, they suffered, and they paid - but they won.

No creator was prompted by a desire to please his brothers. His brothers hated the gift he offered. His truth was his only motive. His work was his only goal. His work, not those who used it, his creation, not the benefits others derived from it. The creation which gave form to his truth. He held his truth above all things, and against all men. He went ahead whether others agreed with him or not. With his integrity as his only banner. He served nothing, and no one. He lived for himself. And only by living for himself was he able to achieve the things which are the glory of mankind. Such is the nature of achievement.

Man cannot survive except through his mind. He comes on earth unarmed. His brain is his only weapon. But the mind is an attribute of the individual, there is no such thing as a collective brain. The man who thinks must think and act on his own. The reasoning mind cannot work under any form of compulsion. It cannot not be subordinated to the needs, opinions, or wishes of others. It is not an object of sacrifice.

The creator stands on his own judgment. The parasite follows the opinions of others. The creator thinks, the parasite copies. The creator produces, the parasite loots. The creator's concern is the conquest of nature - the parasite's concern is the conquest of men. The creator requires independence, he neither serves nor rules. He deals with men by free exchange and voluntary choice. The parasite seeks power, he wants to bind all men together in common action and common slavery. He claims that man is only a tool for the use of others. That he must think as they think, act as they act, and live is selfless, joyless servitude to any need but his own. Look at history. Everything thing we have, every great achievement has come from the independent work of some independent mind. Every horror and destruction came from attempts to force men into a herd of brainless, soulless robots. Without personal rights, without personal ambition, without will, hope, or dignity. It is an ancient conflict. It has another name: the individual against the collective.

Our country, the noblest country in the history of men, was based on the principle of individualism. The principle of man's inalienable rights. It was a country where a man was free to seek his own happiness, to gain and produce, not to give up and renounce. To prosper, not to starve. To achieve, not to plunder. To hold as his highest possession a sense of his personal value. And as his highest virtue, his self respect. Look at the results. That is what the collectivists are now asking you to destroy, as much of the earth has been destroyed.

I am an architect. I know what is to come by the principle on which it is built. We are approaching a world in which I cannot permit myself to live. My ideas are my property. They were taken from me by force, by breach of contract. No appeal was left to me. It was believed that my work belonged to others, to do with as they pleased. They had a claim upon me without my consent. That is was my duty to serve them without choice or reward. Now you know why I dynamited Cortlandt. I designed Cortlandt, I made it possible, I destroyed it. I agreed to design it for the purpose of seeing it built as I wished. That was the price I set for my work. I was not paid. My building was disfigured at the whim of others who took all the benefits of my work and gave me nothing in return.

I came here to say that I do not recognize anyone's right to one minute of my life. Nor to any part of my energy, nor to any achievement of mine. No matter who makes the claim. It had to be said. The world is perishing from an orgy of self-sacrificing. I came here to be heard. In the name of every man of independence still left in the world. I wanted to state my terms. I do not care to work or live on any others. My terms are a man's right to exist for his own sake.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

The Divine Comedy - If I Were You

A complexa arte de ser altruísta activo

Nestes últimos dias, tem desfilado, parece-me que com intensa regularidade, a moda da contestação organizada. Aquelas manifestações frente a embaixadas, praças centrais nas grandes cidades, avenidas, numa infinidade de espaços que se abrem a todos aqueles que entendem dever marcar presença nesses eventos. Não me cabe a mim julgar sensibilidades sociais e humanitárias que eu cá categorizo como sendo noções insondáveis que favorecem muita vaidade e presunção de alguns integrantes dos tais eventos.

Prefiro não revelar publicamente a interpretação que faço de certos arranjos de exibicionismo altruísta e de práticas de contestação que marcam a daily rotine de pessoas que conheço, e prefiro não alargar aqui os meus juízos porque não gosto que me julguem por não serem descritíveis os instintos mais apurados e pessoais que vamos criando face à realidade que vamos suportando (tal como visão 3D que detecta superficialidade, hipocrisia, idealismo de ocasião…). Nem é estranho fazer-se da contestação um modo de vida; uma pessoa acostuma-se, cria laços de amizade, cria hábitos, cria dependências e, acima de tudo, constrói uma imagem e consegue influência. Pode assemelhar-se, por exemplo à regularidade das reuniões de tappawares que preenchiam muito tempo de senhoras ocupadas ou às jantaradas entre caçadores, ou às congregações em torno das paróquias.

O mais mediatizado evento do género, recentemente tem sido a Manifestações em 100 cidades contra as lapidações no Irão . Ainda estou a tentar livrar-me do sentimento de culpa por não ter estado presente pois assim não contribui de forma alguma para impedir a condenação de uma mulher por crime de adultério. A integridade inquestionável que se destaca nos que organizaram e participaram é de tal forma distinta que nem pretendo lançar nenhum ataque assim muito directo para não me sentir de consciência pesada ou do lado do mal. Já me basta uma certa sensação de estar a pactuar (fruto do maniqueísmo que entorpece e embrutece todo o pensamento e acção) com a mentalidade jurídica iraniana e com aquela teocracia escravizante e abominável (não estou a ser irónica, agora expresso mesmo repulsa!).

Neste momento prefiro tentar descortinar a posição de muitos eurofóbicos ateístas que abominam as raízes judaico-cristãs mas que são sensíveis à intolerância religiosa face ao Islão mais teocrático e compadecem-se com todos os seus caprichos em estado puríssimo. Porém, têm de engolir em seco quando confrontados com a praxis dessas mesmas sociedades (que não podem jamais ser apelidadas de retrógradas, claro, são velocidades diferentes de evolução em conjunturas particulares). É uma ginástica incrível que alguns activistas têm de fazer para se livrarem da mancha de sujidade que segue o Islão tão protegido; uma ginástica assim parecida à que um português faz quando diz que é socialista mas não é apoiante deste líder, não querendo enfrentar e suportar o peso da fama socrática, no fundo a praxis que não querem ver (pequeno aparte descontextualizado e sacana, completamente estúpido, adiante). Não digam que estou de má vontade porque se há pessoa que não pensa duas vezes antes de condenar grande parte das práticas abusivas que Islamismo promove, essa pessoa sou eu. Entristece-me eu não estar errada quando, quase sem dúvida, desconfio de qualquer repercussão eficaz destas boas intenções apregoadas nestas ruas ocidentais contra os assuntos internos do Irão.

Eu sei que nestes momentos, o que menos devia importar seriam dependências partidárias ou ideológicas mas é precisamente por esses acontecimentos estarem minados delas que se revela o desinteresse de pessoas como eu que assistem a tudo no verdadeiro palco que lhes interessa a eles, a blogosfera. Foi na blogosfera que se evidenciaram as motivações dos empreendedores da manifestação (refiro-me ao caso português, claro está) porque pouco ou nada se falou da mulher em concreto ou de detalhes jurídicos em questão. Como os pormenores legais e os contextos culturais, nacionais, blá blá blá, vão interessando pouco nos tempos que correm, também a adesão às causas é regida pela sede consumista acelerada que ignora os pormenores; é nos pormenores que geralmente reside a diferença. Outro evento que se avizinha nestes moldes é uma Concentração, contra as expulsões de ciganos em França, junto à Embaixada de França, no próximo dia 4 de Setembro. Os entusiastas somarão pontos à medida que ignoram normas internas do Estado Francês e por cada frase mesclada com as seguintes expressões: multiculturalismo, livre circulação, ilegalidade, compaixão, igualdade, protecção e imunidade. No final as pontuações serão multiplicadas em função do nº de ciganos romenos que os manifestantes se proponham a acolher nas suas próprias casas.
(- E a propósito:
1. Quem está a ser expluso de França não o está a ser por ser cigano: está a sê-lo porque se encontra em situação ilegal independentemente da etnia a que pertence.

2. A Roménia e a Bulgária ainda não são membros de pleno direito da União Europeia e por isso o tratado de Schengen não se aplica.

3. Qualquer cidadão Europeu pode ser expulso de qualquer outro país Europeu se não cumprir uma série de requisitos mínimos impostos por cada país. (via 31 da sarrafada) )

À parte destes frames que vão passando na ordem do dia, regozijando uns e desiludindo outros, prefiro deter-me a pensar numa frase de Ayn Rand (frequente e fanaticamente citada por mim):

There are two moral questions which altruism lumps together into one 'package-deal': (1) What are values? (2) Who should be the beneficiary of values? Altruism substitutes the second for the first; it evades the task of defining a code of moral values, thus leaving man, in fact, without moral guidance."