sábado, 26 de novembro de 2011

minuto verde

Factos recentes comprovam. O uso intensivo de secadores de cabelo ou alisadores, ligados à corrente durante longos períodos de tempo, implicando inclusive, fortes emissões de calor para o ambiente envolvente, estão a gerar mudanças irreversíveis e gritantes nos organismos vivos expostos, exigindo cortes drásticos e corajosos. Tenho o cabelo todo espigado.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

isto não é um elogio aos escandinavos

Nos países escandinavos, quando um indivíduo não se sente bem com a vida que leva, suicida-se. Nos países do sul, faz greve.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Sky Is A Landfill

This way of life is so devised to snuff out the mind that moves
Moving with grace the men despise, and women have learned to lose
Throw off your shame or be a slave of the system

I see you take another drag
One more lost soul to raise your flag
The sky is a landfill
I see you take another drag
Let's see you take another drag

You like to dance to the rolling head of the adulteress
You sing in praise of suicide
We know you're useless
Like cops at the scene of crime

Throw out the stones from all the cemetery homes
For the violence of a nation gone by
Or the politics of weakness and the garbage dump of souls
That will now black the sky

Jeff Buckley

sábado, 12 de novembro de 2011

Ben Folds - Rockin' The Suburbs


Y'all don't know what it's like
Being male, middle class and white

It gets me real pissed off, it makes me wanna say
It gets me real pissed off and it makes me wanna say
It gets me real pissed off and it makes me wanna say
FUCK!

Just like Jon Bon Jovi did
I'm rockin' the suburbs
Except that he was talented
I'm rockin' the suburbs
I take the cheques and face the facts
That some producer with computers fixes all my shitty tracks
These days

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Também gostas de Coca Cola?...

...mas que coincidência tão, estúpida! Adeus.


clandestinidade

Os empenhos escondidos são os mais completos no conteúdo e longos no tempo. Sem exibir a qualidade de cada acção e o cuidado nela aplicado, entrega o melhor porque é o que quer. Não para agradar pois a acção não será vista e não por pressão porque ninguém pediu ou exigiu. É por saber que aquele empenho pertence ali e será um hiato chato optar por não o fazer. Há gosto em fazê-lo e, enquanto se faz, está a desejar-se uma qualquer repercussão sem aviso que dê satisfação à outra parte, sem que lhe seja nítida a origem. Não conseguir medir os efeitos desordenados é o impulso à contínua diligência como se o perigo de ser descoberto fosse iminente. Seja por medo ou esperança, pressente que pode ser útil ter pronta uma clara demonstração de todo o mérito que esteve encoberto por tanto tempo.

Tudo é ilusão e correr atrás do vento. 18E odiei todos os esforços que suportei debaixo do Sol, porque tudo hei-de deixar àquele que virá depois de mim. 19E quem sabe se esse será sábio ou insensato? Mas é ele quem será senhor de todo o fruto dos meus esforços que debaixo do Sol me custaram trabalho e sabedoria.

Eclesiastes 2

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

The Sound - 'Sense Of Purpose'

What are we going to do?
While we still got the strength to move
What are we going to do?
I'm asking, I'm asking you

A call to arms, a call to use arms
A call to brains, a call to use some brains
A call to the heart, a call to have a heart
To have a sense of purpose again.

Leonard Cohen, Book of Longing

This is it
I'm not coming after you
I'm going to lie down for half an hour
This is it
I'm not going down
on your memory
I'm not rubbing my face in it anymore
I'm going to yawn
I'm going to stretch
I'm going to put a knitting needle
up my nose
and poke out my brain
I don't want to love you
for the rest of my life
I want your skin
to fall off my skin
I want my clamp
to release your clamp
I don't want to live
with this tongue hanging out
and another filthy song
in the place
of my baseball bat
This is it
I'm going to sleep now darling
Don't try to stop me
I'm going to sleep
I'll have a smooth face
and I'm going to drool
I'll be asleep
whether you love me or not
This is it
The New World Order
of wrinkles and bad breath
It's not going to be
like it was before
eating you
with my eyes closed
hoping you won't get up
and go away
It's going to be something else
Something worse
Something sillier
Something like this
only shorter

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pouca Informação

A verdade é um embaraço se antevemos uma resposta de escândalo ou retracção. Se, ingenuamente, suspeitamos/acreditamos que pode vir a ser uma agradável surpresa, uma compensação que já vai atrasada ou um esclarecimento decisivo, então o embaraço dá lugar a uma infantil impaciência por disparar em todas as direcções, em picos de entusiasmo momentâneo. Depois tornamos a prever o escândalo, a visão intimida e voltamos ao embaraço.



Versão mais directa para os menos optimistas/menos cobardolas: só não vamos directos ao assunto quando bem sabemos que o que andamos a esconder vai partir tudo e a outra pessoa vai meter-se a milhas com medo das nossas intenções ou ideias. Se nos sentimos melhor a imaginar o cenário a nosso favor, a somar partes favoráveis e a ignorar as dicas incómodas deixamos de ser contidos para dar lugar a atitudes histéricas, deitando muito a perder em favor do nosso caprichoso desejo. Depois vamos voltando à posição sensata em que nos envergonhamos de ser tão parvos mas em que levamos uma valente sova de consciência.

Este Inferno Global não é para Paraísos Fiscais

Na mais recente reunião dos G20, Sarkozy esboçou a sua felicidade pelo trabalho feito e insatisfeito por aquele que ainda está por fazer. Afirmava então: “Não queremos paraísos fiscais. A mensagem é clara (…) os países que acolhem paraísos fiscais que encubram informação financeira serão banidos da comunidade internacional”. Esta empreitada planetária não é mais do que uma das muitas chantagens subtis de intromissão na soberania dos Estados, de desejo de expansão para extracção de recursos e de reforço da popularidade política. Sim, popularidade…a indiferença perante o propósito centralizador em curso é sinistra de tão distante que está da realidade. Esta afeição à tributação como dever de todo o cidadão, interdito do poder de escolher, e responsável perante a sociedade, sem questionar sequer a moralidade da coacção em si mesma recorda-me o comediante Jerry Seinfeld, a propósito de medicação: “Então, eles falam-nos do medicamento que alivia a dor. Ninguém quer algo que seja menos que extra-forte. Extra forte é o mínimo absoluto. Já nem podemos ter só forte…já está fora de moda. Algumas pessoas não se satisfazem apenas com o extra, elas querem o máximo. “- Dê-me o máximo-forte!...Dê-me a dose máxima para humanos! Descubra o que me pode matar e depois recue um bocadinho…”. Porém, a analogia pode não ser a melhor porque a tributação está longe de ser o melhor tratamento para algum problema.

Pactuar com o combate a paraísos fiscais mostra quão débil é a percepção das pessoas quanto às restrições que lhes são impostas e dos efeitos consecutivos no seu próprio nível de vida. Para alvejar desde já a acusação mais vulgarmente lançada à credibilidade e honestidade dos paraísos fiscais convêm frisar que estes países, ocupam os níveis mais positivos quanto ao controlo da corrupção e respeito pelo Estado de Direito. São dados sobejamente conhecidos mas qualquer dúvida, perante este incontornável facto, pode ser esclarecida numa rápida consulta ao Index of Economic Freedom, promovido pela Heritage Foundation ou, a uma fonte menos suspeita, do nosso ponto, numa consulta às estatísticas do Banco Mundial. Cairá por terra a fraudulenta associação de paraísos fiscais a centros de lavagem de dinheiro e corrupção. Certamente que a maioria das pessoas conhece a importância histórica que teve a Suíça como lugar seguro e sigiloso para os as poupanças dos judeus, durante a II Grande Guerra. A alusão a um exemplo tão moralmente sensível faz dele um bom ponto de contraste com os casos contemporâneos. As pessoas que se orgulham em contar esse sucesso podem de alguma forma estigmatizar os paraísos fiscais hoje? O que diriam as pessoas que aprovam a retórica contrária à competição fiscal, sabendo que estas jurisdições continuam a representar a salvação para refugiados, cidadãos arrasados por controlos de câmbio abusivos, governos totalitários, crime endémico, perseguição, étnica, religiosa, etc…? Sem dúvida, o combate a estas soluções e à privacidade tão valiosa em momentos mais críticos é um ataque directo à liberdade e dignidade dos indivíduos.

O apoio que é angariado em torno de discursos como o de Sarkozy, é fundado na mesma ideia sempre inculcada de que os indivíduos nunca serão honestos e bem-intencionados na aplicação do seu dinheiro e quanto maiores forem as quantias em causa, tenderá a crescer a iniquidade do indivíduo; mais fraco e inconsequente será o seu contributo para a sociedade. O pessimismo inveterado em relação ao indivíduo é só um lado da visão dualista dominante que se completa com a ideia de governantes serem agentes desinteressados que gerem eficientemente as receitas fiscais em conformidade com as necessidades de todos.

Quanto menores forem as possibilidades de escape, mais ilimitada será a capacidade dos governos imporem elevadas cargas fiscais sem temerem reacção dos governados. Abolir os escapes por completo, minaria a competição fiscal e o incentivo dos governos seria expandir ainda mais a extracção violenta da propriedade. O discurso favorável a essa ambição de extinguir os paraísos fiscais é, não só um meio de fazer esquecer o carácter legítimo e natural de mobilização em função das jurisdições fiscais mais baixas, mas é também um sinal de intenção em montar uma coordenada cobrança de impostos a nível global como é indiciado pela Nações Unidas, pelos propósitos harmonizadores da União Europeia e pela OCDE com as suas imposições de transparência que significam o fim do sigilo financeiro e da privacidade dos indivíduos. A lista da OCDE dos países não cooperantes em matéria fiscal é uma das mais claras agressões perpetradas pelos países que não toleram que capital e trabalho se desloquem para zonas que põe em prática uma lei fiscal mais benevolente e atractiva para investidores e empresários.

Burocracias internacionais e nações que exercem altas cargas fiscais sobre os cidadãos alegam que os paraísos fiscais são incentivos que privam os políticos de receitas valiosas para o Estado. Na verdade, acontece precisamente o inverso porque o imposto exercido revela tendência ascendente e é precisamente quando os indivíduos se sentem mais lesados pelo imposto sobre o seu trabalho que recorrem a uma jurisdição que garanta uma salvaguarda de poupanças e investimentos mais vantajosa. Logo, é pela imposição de tributação muito elevada que o Estado perde receitas pois ele mesmo incentiva à deslocação. É falso que os Estados subam impostos para compensar perdas em favor de paraísos fiscais, sacrificando uns devido a supostas aventuras de outros. Sobem impostos quando não têm um freio natural que os puna, sobem desincentivando os cidadãos a cumprir a lei e aspiram encerrá-los na total ausência de competição fiscal rumo à plena homogeneização.

Alegam também distorções no comércio mundial, de serviços e capital. As maiores distorções advêm jamais de uma saudável competição fiscal mas sim de uma alocação de recursos feita em função de interesses dominantes com capacidade de pressionar o poder político. Se os recursos estão aplicados em jurisdições com condições mais apelativas significa que mais recursos estão a ser aplicados em sectores produtivos em vez de serem arrasados nas mãos dos governos. Trata-se de uma escolha entre a eficiência, flexibilidade e prosperidade ou a burocracia, proteccionismo, assistencialismo e despesismo.

A competitividade internacional só é viabilizada, concedendo a autonomia aos indivíduos, não restringindo a competitividade fiscal inter-estadual e inter-municipal e evitando sempre penalizar a poupança. A poupança que é tantas vezes abalada por práticas comuns como a tributação dupla do mesmo fluxo de rendimentos, tanto quando falamos em dupla tributação interna (no caso das empresas, a tributação em sede de IRC dos resultados líquidos das empresas e a subsequente tributação desses resultados, em sede de IRS, quando os mesmos são distribuídos sob a forma de dividendos) ou dupla tributação internacional (taxação dupla de um mesmo fluxo de rendimentos em domicílios fiscais distintos). O proteccionismo fiscal é tão prejudicial como qualquer barreira alfandegária sobre bens e serviços. Deve ser combatido, acima de tudo, quando vem sobre a forma de proteccionismo global de tendências imperialistas como evidenciado pela OCDE. Se, porventura, algum de nós der por si a ouvir e concordar com o discurso que promete extinguir da face da terra os paraísos fiscais, lembremo-nos que isso representa compactuar com a mão de burocratas de países como a França, e a Alemanha estrangulando as jurisdições de exemplos raros como a Suíça, Singapura, Liechtenstein, Hong Kong ou Ilhas Caimão.

Publicado inicialmente no Movimento Libertário.