domingo, 16 de dezembro de 2012

Festas Boas - Entre a Gula e o Grotesco

Mais deprimente que um “Natal dos hospitais”, só mesmo o Natal dos “Centros comerciais”. Tão intragáveis templos da modernidade, atulhados de ateuzinhos frenéticos e desesperados, fazendo equilibrismo com a caixa das farófias a pingar nos rebordos, os 6€ de Bolo-Rei estandardizado, as bonecas descabeladas e os telecomandados infernais que oferecem aos seus rebentos. Ainda mais cautelosos em aprimorar o laicismo da metódica mensagem de “boas festas” do que na escolha do bacalhau ideal, desfilam humilhantes com o barrete reles enquanto improvisam a pergunta simuladamente preocupada em conhecer o comportamento dos putos ao longo do ano. Não tenham tanta pressa; vão ver que adormecem ainda mais estéreis do que quando acordaram. Encham o bandulho com calma para poupar no ENO e não esbanjem tudo em presentinhos de conveniência porque em Janeiro costuma haver subida dos combustíveis. 


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