terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lost and Found

A mínima distracção estendida por escassos meses, talvez anos, e algo de extraordinário, deixa de se visto antes mesmo de puder ter sido dado a explorar. O que fazemos no tempo repercute-se na eternidade (ooh não, e isto soa-me agora a cinema épico, ao estilo The Gladiator; agora não mudo). Passada a oportunidade, resta a desconfortável sensação de desperdício como quem é náufrago no meio do Pacífico, vê passar um navio ou avioneta, não lhe restando, porém, um único very light para pedir auxílio (agora foi um pouco de Lost, para equilibrar com The Gladiator).
Se ela me permite, fica aqui dedicado a todos os que andam neste mundo a deixar escapar coisas valiosas e assim moldam o futuro diariamente porque não existem destinos fatais e as correspondências e satisfações próprias e recíprocas dependem da habilidade de cada um, em função das suas escolhas, mais ou menos criteriosas.



E por falar em coisas que se perdem e outras que poderão, quiçá, ser recuperáveis; aqui fica o excerto mais sintetizador do filme Les Uns et les Autres, filme excepcional ao seu jeito, que só tive oportunidade de assistir, finalmente, na noite passada. Diria que é um filme que tem o distinto mérito de, sem comovedores e arrepiantes adornos, nos confrontar com um retrato pragmático do curso da vida que é transformada por factores externos e inesperados sem que os seus actores tenham tempo sequer de se insurgir diante da arbitrariedade do futuro.

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