sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ontem, até entornavas o champagne


Foram só 11,71%. Certo. Até podiam ter sido apenas 8% ou 5%. Qualquer saudável pessimista sabe que o partido seria sempre tímido no peso decisório; e depois lá surgem os fatais arranjinhos de coligação que dão sabor amargo a qualquer eleitor que ainda guarda sinceridade na intenção de voto. A democracia, suja como é, não traz grandes novidades - apesar de alguns resquícios de fé renovada que lá aparecem de tempos a tempos – mas a benevolência de alguns militantes, o culto do chefão de partido e a luta contra a realidade por recurso ao simples engrandecimento face ao outro (que é pior do que nós e isso dá um jeitão), revelam bem o lado mais sinistro do clubismo partidário português. 

Se não queriam humilhar o nome que vos marca a fachada, os princípios em que se alicerçam, os célebres discursos do passado, a confiança dos simpatizantes que reuniram pelo país sempre que os cidadãos sentiam mais um golpe fiscal a apertar…Se já estavam fartos de saber que só vos queriam na coligação para juntar o número de carneiros necessários para sentar e levantar, então nunca aceitavam! Era preferível fazer pressão por fora do que alinhar com chantagens de suposta estabilidade, fazendo figura de ursos. Ter preferência por deitar borda fora tudo o que venderam a quem vos deu votos, optar pela traição completa para ajudar a enterrar o país, fazer este “belo” serviço? Desculpabilizam-se porque não conseguem ser mais do que lacaios do PSD, dado que foram só 11,71%. Bem, quando entraram no "monstro" já sabiam. Não merecem qualquer consideração, nem perdão. Não peçam moderação nas críticas que vos são dirigidas.


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